Mais violência inter-religiosa no Egipto

6/25/2009 | Publicada por Comunidades Vivas | | Editar mensagem

Um padre e outros dez cristãos estão confinados a um edifício onde foram atacados por uma multidão de muçulmanos.

Segundo fontes cristãs do Egipto e organizações de defesa dos direitos humanos, tudo terá começado quando seis cristãos chegaram à aldeia de Ezbet Boshra para visitar o padre Isaac Castor. A polícia tentou impedi-los de entrar na aldeia, tendo acabado, contudo, por permitir a sua entrada. Eventualmente, porém, um agente da polícia pediu-lhes que terminassem a visita e abandonassem o local separadamente. À saída do edifício que serve de escritório e local de culto para os cristãos coptas da aldeia, que não possui uma Igreja, os cristãos encontraram um grupo de muçulmanos que os começou a insultar e ameaçar. Uma mulher copta foi agredida na cara e a partir daí terá começado a pior violência com a multidão a apedrejar o edifício e a destruir o carro do Padre Isaac. Daí a multidão passou a atacar casas de coptas, agredindo os habitantes, destruindo a mobília e pilhando vários bens. A polícia terá assistido a tudo sem intervir ou, nalguns casos, participando nas agressões. Segundo o Padre Isaac, que se recusa a abandonar o edifício com medo de ser detido, tudo isto não passa de uma estratégia dos serviços de segurança que querem demonstrar que não é seguro construir uma igreja na aldeia. Metade dos 3000 habitantes de Ezbet Boshra são cristãos, mas a Igreja mais próxima fica a cerca de 5 km. “Parece que voltámos aos tempos de Diocleciano” afirmou Isaac Castor, referindo-se ao imperador romano responsável pela maior perseguição aos cristãos coptas. “Ajudem-nos por favor! O mundo olha e nada faz. Onde está a paz de que falou Obama? Apenas queremos levantar as mãos e adorar a Deus, tal como fazem os muçulmanos. Não aguentamos mais isto, estamos dispostos a dar as próprias vidas, mas deixem-nos rezar”, apelou. Os cristãos coptas são descendentes dos habitantes originais do Egipto, e antecedem os árabes que apenas chegaram no século sétimo. Hoje são uma minoria que constitui cerca de 10% da população, mas sofrem repressão e discriminação por parte dos seus concidadãos muçulmanos e do Estado em larga escala.

Fonte: http://www.rr.pt

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