Papa confirma visita ao Reino Unido

2/02/2010 | Publicada por Comunidades Vivas | | Editar mensagem

Bento XVI confirmou oficialmente que visitará o Reino Unido durante este ano.

Num discurso aos bispos de Inglaterra e do País de Gales, o Papa afirmou que esperava poder testemunhar pessoalmente a fé dos católicos do Reino Unido durante a sua visita próxima. O Papa não falou em datas, mas espera-se que a visita decorra em Setembro. Esta foi apenas a confirmação oficial, uma vez que a visita já tinha sido dada como certa, estando os católicos britânicos a prepará-la desde o ano passado. A ida de Bento XVI ao Reino Unido deverá incluir uma visita à Escócia e um encontro com a Rainha Isabel II. Será a segunda visita de um Papa ao país da história, depois de João Paulo II lá ter ido em 1982. No seu discurso aos bispos o papa pediu ainda um acolhimento caloroso e sincero aos anglicanos que desejem integrar a Igreja Católica. Referindo-se à importância cada vez maior do diálogo ecuménico e inter-religioso no seio de uma população tão variada como a da Grã-Bretanha, Bento XVI pediu especial atenção aos grupos anglicanos que desejem entrar em plena comunhão com a Igreja católica e pediu maior agilidade na aplicação da Constituição Apostólica de Novembro passado, dedicada justamente a estes casos. O papa considerou mesmo que estes grupos serão uma bênção para a Igreja inteira Com a visita pastoral à Grã-Bretanha no horizonte, Bento XVI– apesar de não referir datas – pediu aos bispos para prepararem os fiéis no aprofundamento da sua fé. Fé que o próprio papa espera reforçar e confirmar com a sua visita. Bento XVI apontou como modelo aos bispos e sacerdotes britânicos o exemplo de John Henry Newman – sacerdote anglicano convertido ao catolicismo no século XIX, que mais tarde viria a ser cardeal e cuja beatificação poderá ocorrer durante a visita pastoral de Bento XVI à Grã Bretanha. Recados políticos Tal como já fez no passado, o Papa não deixou de lançar alguns recados destinados ao Governo britânico. Bento XVI fez referência a uma lei da igualdade , que recentemente foi chumbada pela Câmara dos Lordes, mas que já tinha sido muito criticada tanto pela Igreja Católica como pela Igreja Anglicana. Segundo esta lei, proposta por uma deputada trabalhista, as instituições eclesiais não teriam o direito de recusar contratar pessoas que discordam dos seus princípios. A Igreja Católica temia, por exemplo, que deixasse de ter o direito de ordenar apenas os candidatos ao sacerdócio que entendesse, podendo incorrer em castigos por recusar ordenar homossexuais ou mulheres, por exemplo. Uma lei parecida, que obrigava as agências de adopção a considerar casais homossexuais para acolher crianças, e não previa excepções com base em princípios religiosos, levou ao encerramento de quase todas as agências católicas que trabalhavam neste campo, ou à sua desvinculação das igrejas que as fundaram. “O vosso país é conhecido pelo seu compromisso com a igualdade de oportunidades para todos os membros da sociedade”, afirmou Bento XVI, “contudo, o efeito de alguma legislação para atingir este fim tem sido de impor limitações injustas ao direito das comunidades religiosas agirem de acordo com as suas crenças. De alguma forma, esta legislação viola o direito natural sobre o qual a igualdade de todos os seres humanos se funda, e pelo qual é garantido”. O Papa pediu ainda aos bispos católicos ingleses que falem a uma só voz, o que pode ser entendido como uma crítica, uma vez que a reacção à questão das agências de adopção variou de diocese para diocese, menorizando o seu impacto.

Fonte: http://www.rr.pt

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